Vasco Araújo - Ékstasis (Banda sonora editada por Nuno Fonseca no âmbito da peça «Antológica» de Cão Solteiro & Vasco Araújo)
«Este mundo, fechado em si mesmo, é inquietante, até perturbador, para o homem nascido em terra firme e acostumado a abarcar vastos horizontes de terra. As nuvens que toldam o céu potenciam o seu lado misterioso. Os acontecimentos não têm significados. Os acontecimentos são acontecimentos e os significados são pensamentos. Nada tem qualquer significado salvo o significado que lhe damos. E o significado que damos às coisas não deriva de nenhum evento, circunstância, condição ou situação exterior a nós.»
«Tudo está dentro de mim. A visão, o corpo. A visão do corpo ganha em fantasia e perde em realidade, este corpo do homem dos confins do mundo já não é o corpo real; é o corpo metamorfoseado.»
«Este local, devido às suas características e comportamentos insólitos provoca-me medo. O aparecer ou o desaparecer atrás de uma espessa neblina assume, assim, diversas morfologias e, de repente, já não sei onde estou e quem sou, se realmente estou aqui ou noutro lugar. Tenho medo... que me façam mal, eles podem aparecer... podem estar do outro lado da neblina, sinto que tenho de fazer qualquer coisa, mas tenho medo. Porque tudo é novo.»
«Uma das maiores surpresas da minha vida foi saber que a verdade absoluta é coisa que não existe.»
«Quando não nos amamos a nós próprios, não temos medo de nada, porque não nos importamos com aquilo que nos vai acontecer, para onde vamos. Não nos interessa se sobrevivemos.»
«O ‘instinto de sobrevivência’ é a maneira da natureza expressar o amor. Só posso amar aquilo que é livre... serei eu livre?»
«Tenho receio de trocar um passado que conhecia por um futuro que não conheço.»
«Vou saltar, agora! Vou atirar-me ao mar, vou para outro local, vou-me libertar!»
«Tenho medo de nunca voltar a encontrar este tipo de situação, um local onde não preciso de questionar nada.»
«A minha mente está a manipular tudo, ela produz as reacções. Os acontecimentos e as suas realidades acerca deles não são o mesmo. Estou a reagir automaticamente. Será que vejo realmente aquilo que está à minha frente?»
«A realidade não é o que está a acontecer, é o que nós pensamos que está acontecer.»
«Não experimentamos o que está a acontecer.»
«Não experimentamos o que se está a passar a um nível exterior, experimentamos interiormente aquilo que se passa exteriormente.»
«Não?!...»
«Uau!... Não?!...»
«Gostava de mudar o futuro de forma a duplicar o meu passado.»
«Quero mudar o futuro tão radicalmente que não se pareça absolutamente nada com o meu passado...»
«O meu corpo obriga-me a ficar parado. A verdade não é descoberta, é criada. Não é observada, é produzida.»
«Significa que toda a gente vê uma verdade diferente, porque toda a gente está a criar o que vê. O lugar de onde se olha determina o que se vê.»
«Ahhh!... Magnifico!»
«Sim... Magnifico!...»
«Sim, a humanidade explode de paixão descontrolada, é tumultuosa de tristeza desgovernada, é sacudida pela ansiedade e pela dúvida.»
«AHHHH!!! Quero-te!»
«Simmm! Desejo-te!»
«Só os homens sábios, apenas aqueles cujos pensamentos são controlados e purificados, fazem com que os ventos e as tempestades da alma lhes obedeçam.»
«Fazem com que algumas das piores coisas que já lhes aconteceram pareçam ser, na realidade, algumas das melhores coisas que já lhes aconteceram.»
«Ai... ajuda-me!»
«Toda a vida é decidir. Estou a decidir... com cada verdade que adopto, com cada pensamento que gero, com cada emoção que expresso, com cada experiência que crio. Conhecer outra vez, reconhecer, o que é verdadeiro.»
«Olhem!!»
(...)
«É agora o momento...»
«Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!! Incrível!!!!»
«Sim, é agora o momento... vou-me libertar...»