«Planaltro» parte de um objecto específico, uma ponte, onde o ritmo automóvel, veloz e incessante, contribui para a definição da paisagem urbana, bem como para a experiência da cidade contemporânea.
O filme enquanto sensível aos detalhes e nuances da realidade, procura um outro espaço-tempo que resista a esta imagem crua e desumanizada, e enfatize a sua dimensão corpórea e onírica.
O olhar háptico recria a cena ao subverter a visão racional do espaço, a sua geometria e rigidez, convocando o corpo como um todo, o que resulta numa experiência sensorial na qual o objecto arquitectónico é figurado para além do seu carácter original: forma e materialidade. Surge como um corpo tangível, orgânico, leve, que dança sobre a água e o murmúrio num movimento constante. «Uma região contínua de intensidades, vibrando sobre si própria».