Magda Delgado, «Dissolução IV», 2017. Tinta-da-China sobre gesso, 40 x 30 cmMagda Delgado, «Dissolution IV», 2017. India ink on plasterboard, 40 x 30 cm
Magda Delgado, «Requiem», 2017. Xisto, chiffon preto e pedra rolada, dimensões variáveisMagda Delgado, « Requiem», 2017. Shale, black chiffon and stone, variable dimensions
Magda Delgado, «De miseria humanea conditionis depois de Eustache Deschamps», 2017. Tinta-da-China e tinta de têxteis sobre linho puro, cobre, linha de algodão de bordar, 22 x 15 cmMagda Delgado, «De miseria humanea conditionis after Eustache Deschamps», 2017. India ink and textile ink on pure raw linen canvas, copper stick, cotton embroidery thread, 22 x 15 cm
Magda Delgado, «Dissolução VI», 2017. Collage sobre vidro e malha de metal, 12 x 9 cmMagda Delgado, «Dissolution VI», 2017. Collage on glass and metal net, 12 x 9 cm
Magda Delgado, «Last Beauty before The End of Humankind», 2017. Instantâneos (Polaroid Originals — B&W 600), 10,8 x 8,8 cmMagda Delgado, «Last Beauty before The End of Humankind», 2017. Instant film (Polaroid Originals — B&W 600), 10,8 x 8,8 cm
Saí de casa com uma estranha tristeza sobre os ombros e subi o mais que pude, com esse peso, até ao topo dos montes, carregando uma máquina Polaroid. No nevoeiro, senti que as imagens que me circundavam eram profundamente belas, e, talvez parte da sua beleza, fosse devido à despedida que levava a cabo.
A paisagem disse-me que o mundo iria acabar e que levasse uma relíquia dali, que levasse aquelas imagens para outra dimensão. Sempre com o peso da tristeza, usei as fotografias instantâneas para fixar aqueles elementos: as personagens do desenlace de um longo conto, para serem vistas por um leitor indefinido de outro tempo. Todas as coisas, na sua despedida e resignação, voaram pelo ar, até se colarem à película das Polaroids. As vacas, as eternas escravas do Homem, como diria Sokurov[1], pararam de comer e fitaram-me para aquele momento de posteridade: o Mundo-Belo e o Mundo-Feio iam acabar.
Magda Delgado, «L’Ermite Devant le Mystère», 2017Magda Delgado, « L’Ermite Devant le Mystère », 2017
Magda Delgado, «RELIQUIAE I (Relíquia)», 2015. 30 x 30 x 6 cmMagda Delgado, «RELIQUIAE I (Relic)», 2015. 30 x 30 x 6 cm
Magda Delgado, « La Forêt de l’Ermite », 2017. Carvão, pastel e pigmento sobre secção de pinheiro, 30 x 30 x 6 cmMagda Delgado, « La Forêt de l’Ermite », 2017. Charcoal, soft pastel and pigment on section of pine tree, 30 x 30 x 6 cm
Magda Delgado, «PIĔTĀS (CORPUS)», 2014-5. Madeira, tecido de algodão, pregos e projecção de luz de eclipse com um espelho, no dia 20 Março 2015Magda Delgado, «PIĔTĀS (CORPUS)», 2014-5. Wood, cotton cloth, nails and mirror projection of eclipse light on the 20th March 2015
Footnotes
^ «Элегия дороги» (2001) - Александр Сокуров / «Elegia de uma Viagem» (2001) – Aleksandr Sokurov