Se podemos encontrar uma espécie de tronco comum no trabalho de Folclore Impressionista, é a ideia de desvanecimento, no sentido de «eeriness» caracterizado por Mark Fisher. Em certo sentido, podemos dizer que Folclore Impressionista tem vindo a trabalhar sempre sobre o mesmo tema (um meta-tema), mas a partir de diferentes perspectivas.
O desvanecimento da memória, em Campos Espectrais I, recorrendo a estratégias operativas da psicogeografia, procurando-se portais de acesso a um passado remoto mais ligado à infância para, a partir daí, se confabular sobre esse mesmo passado reminescente de uma ruralidade já desaparecida, onde ainda era possível encontrar vestígios de uma mitologia pagã, apesar dos espartilhos da igreja católica e do regime político da altura; o desvanecimento dessa mesma paisagem, Campos Espectrais II, no sentido que lhe é dado por Brian Eno em «On Land», quando se apercebe que jamais existe uma clara distinção entre o plano de background, onde realmente tudo acontecia (espaço de liberdade, fantasia, aventura, magia, etc), e o plano de foreground; o desvanecimento do fascínio pelo «novo», em A New Sensation, sem dúvida um dos elementos estruturantes da ideia de futuro e da forma de pensar das gerações que cresceram no pós-guerra, mas claramente em declínio desde a transição para a pós-modernidade, como consequência do cinzentismo estratégico das políticas neo-liberais. Trata-se, portanto, de uma espécie de«eeriness of the weird».