Tatiana Macedo esteve na Iwalewahaus (Bayreuth, Alemanha) como artista residente, de 4 a 16 de Julho de 2017 no âmbito do projecto EXODUS STATIONS #2, iniciado por Marta Jecu e que convida artistas internacionais a trabalhar com arquivos de museus com colecções etnológicas. Durante o período de residência, e a partir da estreita colaboração com os curadores do museu, a artista foi convidada a elaborar a sua visão crítica e interpretativa sobre a história dos objetos e os significados com os quais foram investidos, de acordo com as suas ideologias flutuantes.
EXODUS STATIONS # 2, propõe a dois artistas convidados em momentos diferentes, Tatiana Macedo e Raphael Denis, uma incursão pelo material arquivístico das actividades do seu fundador, Ulli Beier, na Nigéria. A residência de Tatiana Macedo na Iwalewahaus será seguida de uma exposição que inaugura em Novembro de 2017, com curadoria de Nadine Siegert e Marta Jecu.
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FACE A é a minha primeira reflexão, ou um primeiro lado desta, em formato de ensaio visual, que é também diarístico, onde começo um jogo interpretativo dos momentos de «abertura» do arquivo. Este oferece uma resistência inerente à sua materialidade que vai desde problemas técnicos na transposição de formatos vídeo feitos a partir do meu telemóvel (forçando-me a re-filmá-los a partir do ecrã do meu computador portátil), às películas 16 mm que teimaram em enrolar-se no projector de forma inesperada.
Qualquer trabalho sobre um arquivo é uma nova camada interpretativa que se acrescenta a outras que lhe são precursoras e que estiveram na génese do mesmo. Como as telhas que se aglomeram na construção de um telhado.
A impossibilidade do renascimento após a morte, naquilo que deve ser tratado como uma transformação, é também uma lei primordial da natureza.