Mão aberta, mão livre, mão despossuída.
A que cuida, a que escreve, a que dança,
aquela que se espalma na parede,
que acaricia o corpo, que segura o rosto.
A que toca, agarra e lança.
A mão rasgada pela ferida,
fazedora das suas extensões,
criadora de novos órgãos.
Mão que se duplica.
Toda a lua dentro da mão,
a raiz pelos dedos fora,
pele incendiária.
Mãos-clarão,
que entregam a vida,
carregam a chama
e se retiram para dar a ver.
A mão inscreve a sua presença. Depois ausenta-se e voa.