VERBIVOCOVISUAL, ZDB

VERBIVOCOVISUAL, ZDB

A partir de um termo criado por James Joyce, a exposição «Verbivocovisual» que inaugurou a 12 de Fevereiro na ZDB integra trabalhos de poetas em que as dimensões verbal, visual e sonora fazem parte da sua prática artística experimental.

«Verbivocovisual – Poesia experimental e concreta portuguesa de 1960 a 1975» tem curadoria de Natxo Checa e apresenta-nos uma visão retrospectiva sobre a primeira geração de poetas experimentais portugueses. As obras de E.M. de Melo e Castro têm destaque na mostra, com a inclusão de trabalhos da sua autoria e, nomeadamente, o conjunto de obras expostas na mostra individual «Concepto Incerto», que realizou na Galeria Buchholz, em 1975, mas também de muitos outros artistas e poetas como Ana Hatherly, António Aragão, Salette Tavares, José-Alberto Marques, Liberto Cruz (Álvaro Neto), Abílio-José Santos, Herberto Hélder, António Barahona da Fonseca, Alberto Pimenta, Fernado Aguiar e Silvestre Pestana.

Reencenação do happening «Concerto e Audição Pictórica» de 1965, no dia da inauguração. Fotografia: Mário Martins

A exposição conta igualmente com artistas internacionais com quem estes partilharam interesses e experiências nestes campos e obras recentes de artistas portugueses que dialogam com um legado esquecido durante muito tempo. No dia da inauguração teve lugar a reencenação do happening «Concerto e Audição Pictórica» de 1965, com a participação de António Poppe, Américo Rodrigues, Joana Sá, Luís J. Martins, Lula  Pena, Natxo Checa, Nuno Moura e Rafael Toral.

A exposição apresenta publicações e peças de poesia visual, livros, folhas de livros, cartazes, filmes, peças sonoras, projecções e obras plásticas. Até 15 de Abril na ZDB. SVJ

Hugo de Almeida Pinho – Halo Cost

Hugo de Almeida Pinho – Halo Cost

No Porto, depois de uma década em que foram aparecendo inúmeros e estimulantes espaços independentes programados por artistas, nos anos mais recentes isso deixou de acontecer de forma consistente. A excepção é o projecto Uma certa falta de coerência, que continua a sua actividade embora de forma intermitente. Apesar disso vão surgindo esporadicamente novos espaços/projectos expositivos e curatoriais independentes, fora da lógica mais comercial ou museológica.

Vista geral da exposição «Halo Cost», 2017. © Hugo de Almeida Pinho. Cortesia do artista

O Espaço Painel, que se iniciou em 2012, vai tendo como responsáveis anuais colectivos de estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 2017, as propostas curatorias estão a cargo do colectivo Petri [with “y”], composto por David Silva Revés, Mário de Sousa Carvalho e Elsa Melo. Este colectivo curatorial pretende apresentar um conjunto de projectos que como eles próprios definem: «assentam em quatro princípios orientadores: a intimidade (ou seja, dar a ver em profundidade); a imersividade (aplicada à experiência do espaço e da obra de arte); a comunicação (que serve de ferramenta ao princípio da intimidade); e a «contemporaneidade» (segundo as concepções de Giorgio Agamben)». Será importante começar por destacar o cuidado desta equipa na elaboração do programa, na discussão que pretende manter com cada artista convidado e na forma como esse diálogo e partilha é formalizado em termos da comunicação do projecto, nomeadamente na concepção do material gráfico e na sua apresentação ao público.

Hugo de Almeida Pinho, «Olho Cego» (vista parcial), 2017. © Hugo de Almeida Pinho. Cortesia do artista

A exposição inaugural deste ciclo é «HALO COST» de Hugo de Almeida Pinho, com curadoria de David Silva Revés e Mário de Sousa Carvalho. Avançando para o espaço interior onde decorre a exposição, verificamos que a luz natural está condicionada e à nossa volta gravitam imagens projectadas com excesso de luz que provocam no seu limite a cegueira do fotógrafo, do espectador. A cegueira poderá ser uma metáfora/paradoxo do excesso de informação visual e dos seus múltiplos layers de significação. As imagens analógicas de «Olho Cego», de 2017, circundam o espaço e integram-nos naquela realidade quando circulamos. São imagens enviadas a partir de projectores de slides rotativos, maquinaria fora deste tempo cronológico, fora da actual medida do tempo.

Hugo de Almeida Pinho, «Refuse Operating Your Gesture Behind Illusory Victory (or ROYGBIV)» (vista parcial), 2017. © Hugo de Almeida Pinho. Cortesia do artista


A revelação/cegueira pela luz acontece num outro trabalho, «Refuse Operating Your Gesture Behind Illusory Victory (or ROYGBIV)», de 2017, em que uma precária estrutura de outdoor colocada no interior da sala, mas visível do exterior a partir de uma grande janela, ostenta um painel de um branco informe na abertura da exposição, constituído por matéria que, ao ser confrontada com o calor das luzes dos holofotes que encimam o outdoor, derrete e deixa revelar/desoculta uma outra imagem. Uma imagem que mostra um outdoor no exterior destruído. Ciclos temporais, de apagamento e revelação, de criação e destruição, de transparência e alquimia, da luz e da sua efemeridade, que dão continuidade ao trabalho de investigação de Hugo de Almeida Pinho.
A exposição no Espaço Painel termina a 5 de Março de 2017. Paulo Mendes

Squelch – Miguel Palma

Squelch – Miguel Palma

Inaugurada no passado dia 14 de Janeiro na Galeria Presença, no Porto, «Squelch» é a mais recente exposição individual realizada por Miguel Palma. Constituída maioritariamente por esculturas, os trabalhos apresentados procuram fugir ao ruído – tal como sugere o nome da exposição, emprestado da gíria dos rádio-amadores –, ou aos fracos sinais que abundam, neste caso, no quotidiano.

Miguel Palma, «Exit», 2017. Fibra de carbono, metais, borracha, elástico, plástico, ligas metálicas, aluminio, 160 x 67 x 23 cm

«Squelch» transporta o visitante para uma escala de tempo mais pausada e reflexiva onde os elementos Ar e Terra se impõem e servem de metáforas a um discurso mais alargado, havendo ainda uma evidente referência ao transporte massificado, neste caso ao avião comercial de passageiros.

Miguel Palma, «Volta ao Mundo», 2017. Fibras compósitas, tecido, esponja, metais, alumínio, ventoinha, cabo eléctrico, 167 x 182 cm

Os trabalhos abordam diferentes temas que se complementam e que se reforçam mutuamente,  como o das tensões dentro de contextos dicotómicos ou com dependências de diferentes forças («Exit», «Coordenadas», «Volta ao Mundo»), apelando ao mesmo tempo a uma reflexão sobre a fragilidade das organizações («Yaesu», «Coliseu», «Undertaker», «Excel»); urgindo, por outro lado, a uma pausa e reflexão interior (com vista a uma superação, como em «Túnel») ou a uma escala de tempo mais demorada (como na peça-performance «Epicentro»).
A exposição termina a 4 de Março, na Galeria Presença, no Porto. PdR

Candidaturas ao Prémio Sonae Media Art

As candidaturas ao Prémio Sonae Media Art, iniciativa promovida pela Sonae em parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC) decorrem até esta sexta-feira, dia 17 de fevereiro

Candidaturas ao Prémio Sonae Media Art

As candidaturas ao Prémio Sonae Media Art, iniciativa promovida pela Sonae em parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC) decorrem até esta sexta-feira, dia 17 de fevereiro de 2017.
O Prémio Sonae Media Art dirige-se às formas de criação artística contemporânea que utilizem meios digitais e eletrónicos, nas áreas de vídeo arte, projetos sonoros, projetos de exploração do virtual e da interatividade, bem como propostas de network, em que poderão estar incorporadas outras formas de arte como a performance, a dança, o cinema, o teatro ou a literatura.
O prémio seleccionará cinco finalistas entre os candidatos, a quem atribuirá uma bolsa individual de cinco mil euros para o desenvolvimento de uma obra inédita, que será exposta no MNAC-MC. A exposição, que decorrerá ainda em 2017, será a base para a selecção do artista vencedor, que irá receber o prémio monetário de 40 mil euros. O Prémio Sonae Media Art está aberto a todos os artistas de nacionalidade portuguesa ou a estrangeiros residentes em Portugal, com a idade máxima de 40 anos, inclusive.
O júri de selecção será composto por Adelaide Ginga (Historiadora da Arte e curadora do MNAC), António Sousa Dias (Compositor, investigador e Professor Associado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa) e Teresa Cruz (Investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens e professora de Teoria da Imagem, da Estética e Teoria dos Media e das Artes Contemporâneas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).
Informações adicionais e candidaturas em www.sonae-mediart.com
WW

ARTE JOVEM 2017

ARTE JOVEM 2017

O Carpe Diem Arte e Pesquisa lançou um concurso-prémio nacional dirigido a alunos dos cursos de artes visuais finalistas em 2017 e, também, a alunos que tenham terminado os cursos em 2016 ou 2015. Faz parte dos seus objectivos dar a conhecer as mais recentes propostas dos artistas que acabam de entrar no mundo artístico, dando assim uma visão mais alargada da produção artística nacional, criando oportunidades de realizar a primeira exposição.
Os concorrentes podem participar com obras realizadas em vários media, como pintura, escultura, desenho, vídeo, gravura, instalação ou outros media de expressão contemporânea. O prazo de candidatura termina a 14 Maio de 2017. Para mais informações pode consultar o Regulamento do concurso. WW