Ben Rivers e Ben Russell

Ben Rivers e Ben Russell

Inaugurou no dia 20 de Junho na Solar - Galeria de Arte Cinemática em Vila do Conde, a exposição «Ruins, Rites, Runes»  que reúne trabalhos de Ben Rivers e Ben Russell. Em exibição está o recente «A Spell to Ward of the Darkness» (2013), aqui mostrado numa instalação multicanal e outro filme realizado em parceria «Call No Man Happy Until He Is Dead».

Ben Rivers e Ben Russell, «A Spell to Ward of the Darkness», 2013

Para além da apresentação em instalação na galeria de filmes dos cineastas, um programa paralelo, integrado no Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde, conta com uma série de curtas de Rivers e Russel. A 8 e a 11 de Julho, Ben Rivers e Ben Russell estarão presentes para uma conversa sobre a sua obra. 
Conceitos como utopia e insularidade, práticas fílmicas de etnografia experimental, a exploração das possibilidades do formato analógico e contra-temporalidades são algumas das características da obra de Rivers e Russell que encontram na atenção aos traços e narrativas imaginativas do humano um ponto de contacto.
A exposição decorre até 13 de Setembro e a entrada é livre. SM

Foreign Affairs de Tino Sehgal

Entre 28 de Junho e 8 de Agosto vão ser apresentadas cinco performances de Tino Sehgal no Museu Martin-Gropius-Bau, em Berlim. Paralelamente, o seu trabalho «This Progress» vai ser exibido no festival internacional

Foreign Affairs de Tino Sehgal

Entre 28 de Junho e 8 de Agosto vão ser apresentadas cinco performances de Tino Sehgal no Museu Martin-Gropius-Bau, em Berlim. Paralelamente, o seu trabalho «This Progress» vai ser exibido no festival internacional de artes performativas «Foreign Affairs», na Haus der Berliner Festspiele, também em Berlim, entre os dias 25 de Junho e 5 de Julho.


Nascido em Londres em 1976, filho de pai indiano e mãe alemã, radicado em Berlim, Tino Sehgal apresenta o que o próprio define como «situações construídas», encontros e experiências colectivas que envolvem intérpretes, actores e pessoas comuns. Podem ser acções coreografadas, representações teatrais, performativas, movimentos, expressões físicas e sonoras, sem recurso a objectos ou cenários e sem que se faça qualquer registo fotográfico ou vídeo. É sobretudo esta sua característica, a não produção de um objecto físico e a realização de acções, colectivas, imateriais e efémeras que implicam a participação do público, que tem marcado a sua maneira de entender a produção artística. A renúncia à produção de um objecto de arte material, no caso de Tino Sehgal é ainda acompanhada pela determinação de não imprimir convites ou catálogos. Nem andar de avião.
Desde 2005, ano da sua participação na representação alemã da Bienal de Veneza, Tino Sehgal não tem parado de expor nos grandes centros de arte contemporânea. Passou pelo Guggenheim de Nova Iorque e pela Tate, em Londres, onde em 2012 foi o artista escolhido para a iniciativa anual «The Unilever Series», na Sala das Turbinas. Apresentou «These Associations» e esta sua performance valeu-lhe uma nomeação para o Turner Prize em 2013. Sehgal foi igualmente um dos nomes fortes da Bienal de Veneza de 2013, onde  recebeu o Leão de Ouro, distinção para o melhor artista representado na bienal.
Em Amesterdão mantém-se, desde Janeiro, a iniciativa «A Year at the Stedelijk: Tino Sehgal», com a programação de uma série de 12 apresentações a um ritmo mensal, que termina no final deste ano. Com esta iniciativa dedicada ao trabalho de Sehgal, o Museu Stedelijk procura experimentar uma nova abordagem ao uso do edifício e ao formato convencional de exposição. SVJ  

Heimo Zobernig

Heimo Zobernig

O espaço Lumiar Cité, da Maumaus, inaugura hoje, às 19h00, uma exposição do artista austríaco Heimo Zobernig, cujo trabalho expõe uma abordagem reflexiva a diferentes meios, como a pintura, escultura, vídeo, instalação, performance,  bem como ao próprio contexto em que se mostra, ao espaço de apresentação, à intervenção arquitectónica e aos formatos expositivos existentes.
 

Heimo Zobernig, «Nr. 14», 1996. Still de vídeo


Comissariada por Jürgen Bock, nela Zobernig apresentará obras em vídeo e escultura e cruzará um conjunto de trabalhos anteriores com condições e momentos particulares da história do espaço expositivo.  Através de uma intervenção sobre a arquitectura do piso superior da galeria, Zobernig trabalha sobre o projecto original deste espaço, concebido em 2008, mas nunca concluído, pelo arquitecto espanhol Marcos Corrales, fazendo também referência à intervenção do artista sul-africano Thomas Mulcaire, em 2011.
No âmbito desta mostra, decorrerá no Sábado, às 15h30, na Culturgest, uma conversa entre Heimo Zobernig e Jürgen Bock, centrada sobre os seus cartazes, apresentados na exposição «Honey, I rearranged the collection... by artist. Cartazes da Colecção Lempert (capítulo 1 / 2.ª parte)».
A última colaboração de Heimo Zobernig com Jürgen Bock, aconteceu em 2012, numa exposição no Palácio de Velázquez, em Madrid, resultado da cooperação entre o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía e a Kunsthaus Graz.
A exposição pode ser vista na Lumiar Cité, até 13 de Setembro. O espaço está encerrado durante o mês de Agosto. SVJ

EDIT – feira de edições de Lisboa

EDIT – feira de edições de Lisboa

No próximo fim-de-semana, a 27 e 28 de Junho, realiza-se a EDIT, a nova feira de edições organizada pela STET – livros e fotografias, no renovado espaço da Galeria Monumental. Sendo um encontro de editoras e livrarias especializadas, com edições que não encontram visibilidade nas livrarias generalistas, o objectivo desta iniciativa é incentivar a circulação de publicações variadas e criar oportunidades de debate e encontro com um público mais vasto. 
 


Este ano foram convidadas editoras, artistas, associações, instituições e livrarias de todo o país, e estarão presentes: 1359, ATLAS, Cine Qua Non, Culturgest, Dois Dias, Fanzines e Martelos, GHOST, HiHiHi,  Homem do Saco, Ideias no escuro, Inc., Kunsthalle Lissabon, Oficina do Cego, Pierre von Kleist, Pierrot le fou, Revista 4, Scopio, Fundação de Serralves, Sismógrafo, Sistema Solar, Stollen books, Tipo.pt, entre outros. 
A feira contará com um bar e esplanada no jardim da galeria e durante os dois dias haverá ainda um programa de conversas, «Book talks/Edit», com a participação de projectos e espaços como a «Wrong Wrong», Kunsthalle Lissabon e Sismógrafo, e apresentação de livros, como «A Conclusão da Precedente», de Ana Jotta, editado pela Culturgest. Serão ainda lançadas edições de Ideias no Escuro,  Oficina do Cego, José Aparício Gonçalves, Senhora do Monte e GHOST. 
A EDIT pode ser visitada na Galeria Monumental, Campo Mártires da Pátria, n. 101, no Sábado e Domingo, das 14h às 20h. O programa está disponível no website da STET. MM

Índia 1855-1930

Índia 1855-1930

A galeria Prahlad Bubbar, em Londres, apresenta «The New Medium: Photography in India 1855-1930», uma selecção de fotografias indianas datadas de meados do século XIX até ao início do século XX. As primeiras câmaras fotográficas chegaram ao subcontinente em 1840, um ano após a sua invenção na Europa. A partir da década de 1850 em diante, assiste-se à proliferação de fotógrafos, britânicos e indianos, um pouco por toda a Índia, surgindo sociedades fotográficas em Mumbai, Calcutá e Madras. Muitos desses fotógrafos eram amadores, alguns deles médicos britânicos  que percorreram a Índia capturando a abundância de locais sagrados, monumentos, paisagens gloriosas e pessoas.
Na época, a administração colonial começou a utilizar fotógrafos para documentar e preservar monumentos nacionais, bem como instalações militares, nomeadamente após o motim de 1857.  Uma das primeiras imagens da exposição é uma grande impressão em albumina realizada pelo Dr. John Murray, um médico do exército, que fotografou inúmeros locais relacionados com o motim, como demonstra a imagem de pirâmides de balas de canhão dispostas em frente a uma importante mesquita em Agra.

Dr. John Murray, «The Arsenal and Pearl Mosque», Agra, circa 1858. Impressão em albumina, 35,5 x 42,6 cm


Uma parte importante do conjunto de fotografias apresentadas na mostra são obras de Raja Deen Dayal, um inspector de obras públicas que se tornou fotógrafo e viajou por toda a Índia, produzindo mais de 30.000 imagens de 1878 até à sua morte, em 1905. Dayal, que se tornou o mais célebre artista do século XIX da Índia, trabalhou para as elites indianas e britânicas, antes de ser nomeado fotógrafo da corte do Nizam de Hyderabad, de quem recebeu o título Raja Musavvir (em tradução livre, Guerreiro Corajoso da Fotografia).

Raja Deen Dayal, «Maharaja Bhan Pratap Singh of Bijawar», Central India, circa 1882. Impressão em albumina, 19,5 x 26,5 cm


A fotografia tornou-se o principal meio de documentação histórica e apresentação de poder e prestígio. Uma das fotografias de Raja Deen Dayal expostas, retrata o Marajá de Bijawar e a sua corte, onde é mostrada com toda a pompa e circunstância numa cena surpreendente.
 

Man Ray, «Maharaja Yeshwantrao Holkar II». Assinada por Man Ray e carimbada no verso: ‘Man Ray/31bis Rue/Campagne/Première/PARIS/Littre 76-57’, circa 1930. Gelatina e prata, 23.2 x 17.5 cm


Outras imagens presentes na exposição foram realizadas por fotógrafos amadores que trabalharam na Índia durante o século XIX e início do século XX e exploraram este novo e revolucionário meio desde muito cedo.
A exposição inaugurou a 8 de Junho e está patente até 10 de Julho, na Prahlad Bubbar, em Cork Street, Londres, rua conhecida por alojar inúmeras galerias de arte contemporânea. MM